Se você é um investidor de médio e longo prazo, então precisa conhecer a análise fundamentalista.
Isso porque a análise fundamentalista é uma ferramenta que busca entender como está a saúde das empresas e quais são as perspectivas para ela no médio e longo prazo.
Uma vez que o sucesso do investidor depende diretamente do sucesso das empresas nas quais investiu, o uso dessa ferramenta mostra-se essencial.
Diante disso, veremos brevemente como fazer uma análise fundamentalista. Você saberá as etapas que deve dominar para entender como é o presente e o futuro das empresas na Bolsa de Valores.
Então vamos lá.
Análise Macroeconômica
A primeira etapa da análise fundamentalista é o entendimento do cenário global e nacional. Nesse momento ainda não estamos interessados numa empresa específica. Queremos saber como está a economia.
Para fazê-la usamos os noticiários, as declarações do ministro da fazenda e os indicadores macroeconômicos oficiais do governo.
Você usará as taxas de crescimento do PIB, taxa de desemprego, taxa de industrialização, índice de GIINI, balança de pagamentos, inflação, entre outros indicadores.
Apesar de ter dito que a empresa em si não será o foco nesse momento, alguns indicadores macroeconômicos podem ser mais importantes tendo em vista uma empresa ou outra.
Análise do Mercado
Depois de entender o cenário econômico do Brasil e do mundo é hora de afunilar um pouco mais e entender o mercado específico da empresa que pretende investir.
Essa análise de mercado é útil por dois motivos:
Primeiramente tentaremos ver se o mercado é promissor. Pode ser que você esteja prestes a investir numa indústria que está com os dias contados. Uma tecnologia nova pode tornar aquela empresa obsoleta do dia para noite, por exemplo.
Depois o objetivo é ter os números do mercado para que no futuro, quando formos analisar a empresa possamos comparar os números daquela empresa individual com a média do mercado. Só assim poderemos saber se ela está saudável ou não.
Os próprios órgãos e instituições vinculados à Bolsa de Valores fornecem muitas informações sobre mercados específicos.
Dependendo da empresa, são emitidos relatórios semestrais ou anuais que já constam as comparações com o mercado.
Análise Quantitativa
É nesse momento que seu foco principal será a empresa. Aqui você analisará o balanço e as demonstrações financeiras buscando encontrar evidências de sucesso ou fracasso.
Essa análise quantitativa é feita por meio de indicadores e existem inúmeros, cada um com seu próprio objetivo.
Seguem exemplos de alguns deles:
- Dividend Yield: mede quanto rende de dividendos cada 1 real pago pela ação de uma empresa. É um bom indicador para aqueles interessados em viver de recebimento de dividendos.
- Preço/Valor Patrimonial por Ação (P/VPA): mede quanto o mercado (oferta e demanda) está pagando para cada real investido pelo acionista. Em outras palavras, se o valor da ação no mercado vale mais do que valor ‘natural’. Isso pode ser bom ou ruim, vai depender do contexto da empresa. Pode ser que a empresa esteja sendo vítima de um ataque especulativo e tenha uma baixa nos preços nos próximos dias ou que as expectativas em relação a ela estejam em alta.
- VE/EBITDA: Tem como objetivo relacionar o valor da empresa com a sua capacidade de geração de caixa. O que interessa aqui é o lucro operacional, usasse o valor da empresa como uma forma de ‘equalizar’ a medida. Seria injusto comprar a geração de caixa da Vale com uma pequena empresa de tecnologia que acabou de entrar no mercado, por exemplo.
- Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): busca entender a rentabilidade da empresa. Ou seja, quanto do patrimônio da empresa pode gerar lucro ao acionista. Para ver se o valor encontrado é bom ou ruim, é preciso comparar com a média do mercado específico.
Análise Qualitativa
Por fim, com os números em mãos e comparados entre si ao longo do tempo e com as médias do mercado, é hora de fazer a última análise: a qualitativa.
A análise qualitativa consiste em entender todos os aspectos da empresa que não podem ser mensurados com números.
Essa análise vai desde conhecer quem são os executivos da empresa e como eles pensam até entendem qual a força da marca.
Para entender como a análise qualitativa é importante basta pegarmos uma empresa gigante: a coca-cola, por exemplo.
Imagine que ela esteja com número ruins (uma análise quantitativa ruim). Você ainda investiria nela? Para responder com exatidão precisa fazer uma análise qualitativa.
Pode ser que o executivo tenha sido demitido. Ele havia se mostrado incompetente e agora outro irá substituir. Com a força da marca Coca-Cola é quase certo que a empresa irá se recuperar. Dessa forma, talvez investir na coca dentro desse cenário hipotético seja uma boa ideia.
É isso. Espero que tenha gostado deste artigo sobre Análise Fundamentalista e, sobretudo, que tenha sido útil. Qualquer dúvida, deixe nos comentários. Será um prazer poder te ajudar.
0 Comentários