
O Governo Federal anunciou novas metas ambiciosas para o Bolsa Atleta, programa que tem sido fundamental no fortalecimento do esporte brasileiro nas últimas duas décadas. Durante audiência pública realizada na última semana em Brasília, o ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou que a intenção é atingir, até o fim de 2025, a marca inédita de 10 mil atletas beneficiados. Para isso, foram destinados R$ 176 milhões ao programa.
Presente em todas as medalhas brasileiras conquistadas nos Jogos Olímpicos de Paris, o Bolsa Atleta é considerado hoje uma das principais ferramentas de incentivo ao esporte de alto rendimento no país.
Entre os destaques do programa estão nomes como Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis conquistas, sendo quatro delas na última edição dos Jogos, e Rayssa Leal, vice-campeã no skate street e atleta mais jovem a subir ao pódio pelo Brasil.
Lançado em 2004, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Atleta tem como objetivo garantir condições financeiras mínimas para que atletas de destaque possam se dedicar integralmente ao treinamento e às competições. O programa atende esportistas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos a partir dos 14 anos, incluindo atletas gestantes, puérperas e guias de deficientes visuais.
Segundo o ministro Fufuca, a expansão do programa reflete o compromisso do governo com o desenvolvimento esportivo do país: “Estamos investindo para garantir que os nossos atletas tenham as condições necessárias para brilhar dentro e fora das arenas. O resultado em Paris mostra que estamos no caminho certo.”
A primeira lista de contemplados em 2025 já aponta para um ano histórico. Quase 10 mil atletas foram atendidos – um crescimento de cerca de 11% em relação a 2024. A categoria Pódio, que reúne atletas com chances reais de disputar medalhas em competições internacionais, beneficiou 435 esportistas, um aumento de 25% em comparação ao ano anterior.
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Vanessa Pires, CEO da Brada, plataforma que conecta investidores a projetos de impacto positivo, reforça a importância do Bolsa Atleta para a sustentabilidade das carreiras esportivas.
“Muitas modalidades ainda enfrentam grande dificuldade para captar recursos. O programa não só garante a permanência de talentos no esporte como também abre espaço para o surgimento de novas promessas.”
Entre os medalhistas que têm trajetória ligada ao programa estão ainda Isaquias Queiroz, da canoagem, com cinco medalhas olímpicas; a judoca Bia Souza, campeã em Paris; e Caio Bonfim, prata na marcha atlética. Todos são beneficiários do Bolsa Atleta há vários anos, evidenciando o papel contínuo do programa no desenvolvimento de suas carreiras.
O presidente do Comitê Brasileiro de Clubes, Paulo Maciel, também celebra os resultados. “É extremamente positivo ver tantos atletas contemplados. Isso demonstra que o investimento público, quando bem direcionado, gera retorno esportivo e social. A atuação em parceria com os clubes tem sido fundamental nesse processo”.
Abrangência do programa
Os números comprovam o impacto: nos Jogos Olímpicos de Tóquio, cerca de 90% dos medalhistas brasileiros foram atendidos pelo Bolsa Atleta. Já em Paris, os 60 atletas que subiram ao pódio, em um total de 20 medalhas conquistadas, são ou já foram beneficiários do programa.
No caso dos Jogos Paralímpicos, os índices são ainda mais expressivos: quase 100% dos medalhistas brasileiros receberam o apoio, tanto no Japão quanto na histórica campanha em Paris, que resultou em 89 medalhas.
Além dos resultados esportivos, o programa tem buscado ampliar sua atuação em áreas prioritárias, como inclusão e equidade. Em 2025, o número de atletas-guias passou de 47 para 74, e 27 gestantes ou puérperas estão sendo atendidas – um avanço na promoção de um esporte mais acessível e plural.
Beatriz Araujo Salazar, advogada do CCLA Advogados, destaca o valor estratégico do programa: “O Bolsa Atleta se consolidou como uma política pública essencial para o esporte brasileiro. Ele não só mantém nossos talentos em atividade como também promove inclusão e diversidade, alinhando-se a princípios fundamentais da cidadania e dos direitos humanos.”
Com metas ousadas, investimento recorde e um histórico de resultados consistentes, o Bolsa Atleta se projeta como pilar central da política esportiva brasileira para os próximos anos. A expectativa agora é que o impulso dado em 2025 ajude o Brasil a manter – e ampliar – seu protagonismo nas grandes competições internacionais que estão por vir.
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