IPCA acima da meta em 2025? Saiba como investir sem perder para a inflação

Notas de 100 e 50 reais

A premissa do investimento é fazer o dinheiro render bem – logo, render acima da inflação. A projeção de analistas é que a inflação feche o ano em 5,46%, em acima do teto da meta, que é de 4,5%. Para proteger o dinheiro, o investidor precisa ficar atento a taxas, juros e impostos para que os investimentos cumpram esse objetivo e a rentabilidade não seja perdida.

Isso porque nem todo investimento protege o poder de compra. Ações, por exemplo, que têm valor flutuante, podem levar o investidor a perder dinheiro em casos de desvalorização. Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com rendimento abaixo de 100% do CDI também podem ser um ponto de atenção.

Fatores como prazo, liquidez e tributação são outras variáveis que podem afetar o rendimento e corroer o lucro do investidor. Por isso, é importante fazer um bom planejamento financeiro e dar toda atenção aos detalhes.

Rendimento real

Um conceito importante para o investidor iniciante é o rendimento real – ou seja, o que efetivamente sobra de lucro depois de descontada a inflação do período, os impostos e as taxas.

“É preciso olhar além da rentabilidade bruta prometida, avaliando o impacto da inflação no período e os custos envolvidos, como taxa de administração, corretagem e o Imposto de Renda”, afirma Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital.

Prazo

O prazo de investimento também é um fator importante para se analisar. Segundo Andreoli, investimentos que não estão indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, estão mais sujeitos ao efeito da inflação no longo prazo.

Já investimentos mais curtos costumam ter rendimentos menores justamente pelo menor tempo de rendimento.

“Os investimentos de longo prazo são mais vulneráveis à inflação se não forem indexados ao IPCA, pois ficam expostos à perda de poder de compra ao longo do tempo. Em contrapartida, os de curto prazo podem ser menos sensíveis à inflação futura, mas ainda assim podem perder se a taxa de remuneração for muito baixa”, explica.

Pontos de atenção

A poupança costuma ser o investimento menos atrativo em comparação a outras opções do mercado e pode, em determinados períodos, render abaixo da inflação.

Para Andreoli, fugir da poupança é um caminho para investir sem perder para a inflação, mas além disso, há pontos de atenção. Ele destaca os CDBs com baixa remuneração, fundos de renda fixa com altas taxas de administração e títulos públicos prefixados exigem atenção redobrada.

Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda, como as letras de crédito imobiliário e agropecuário (LCI e LCA), podem perder para a inflação se oferecerem retorno abaixo do CDI ou do IPCA.

O cuidado está em sempre comparar a taxa líquida esperada com a inflação projetada para o mesmo prazo.

“Embora os papéis atrelados à inflação garantam ganho real, eles normalmente oferecem uma taxa base (juro real) menor do que os retornos obtidos por aplicações pós-fixadas ligadas ao CDI. Por isso, são mais usados para proteção de longo prazo do que para busca de performance. Quem busca rentabilidade mais alta, especialmente em cenários de juros elevados, costuma encontrar melhores retornos em produtos atrelados ao CDI”, afirma Andreoli.

Tributação

Outro ponto de atenção é o imposto cobrado para investimentos que não são isentos de IR. Neste caso, para prazos de acumulação de até 180 dias, o imposto retido na fonte sobre o rendimento é de 22,5%.

Prazos de 181 a 360 dias têm alíquota de 20%. De 361 a 720 dias, 17,5%; e acima de 720 dias, 15%.

Exemplo prático

Na prática, é possível perder para a inflação mesmo tentando se proteger contra ela. Andreoli explica que produtos que pagam um percentual do CDI inferior a 100% reduzem ainda mais o rendimento real. E, mesmo quando o CDI supera a inflação, os impostos podem consumir boa parte do retorno, principalmente em resgates de curto prazo.

Andreoli cita como exemplo um CDB que paga 90% do CDI. Se houver resgate em até 180 dias, o rendimento seria algo em torno de 13,28% ao ano bruto, considerando um CDI próximo da Selic atual de 14,75%.

Mas, há que se considerar outros custos, como o Imposto de Renda. Este prazo de resgate tem IR de 22,5% e, com isso, o rendimento líquido cairia para cerca de 10,3%.

Se a inflação for de 5,5%, como está projetada atualmente, o ganho real seria de apenas 4,8%.

“Se esse CDB ainda tiver uma taxa de custódia ou for resgatado antes de completar a carência, a rentabilidade líquida pode cair ainda mais, tornando o ganho real praticamente nulo ou negativo”, explica Andreoli.

Como evitar perdas para a inflação

O investidor pode ficar mais protegido contra a inflação se ele souber variar os investimentos.

Uma combinação de investimentos que podem trazer essa segurança envolve produtos atrelados ao CDI com alta qualidade e boa rentabilidade – como CDBs de bancos sólidos que pagam 100% ou mais do CDI; LCIs e LCAs com boas taxas; fundos de FIC FIDCs pulverizados que investem em crédito diversificado com retorno consistente.

“Esses produtos oferecem ganhos superiores à inflação, especialmente em cenários de Selic elevada. A diversificação entre emissores e prazos ajuda a equilibrar risco, liquidez e rentabilidade real”, afirma Andreoli.

Degani sugere investimentos diversificados entre ativos atrelados ao IPCA, ao CDI e prefixados. Outra dica é incluir uma parcela em ativos dolarizados, o que pode ajudar na proteção contra choques externos e câmbio.

Para quem deseja tomar um pouco mais de risco, ações e fundos imobiliários podem contribuir com ganho real no longo prazo, sempre respeitando o planejamento financeiro e o perfil do investidor.

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